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Entendendo as Partes Interessadas

A gestão das partes interessadas é um processo prioritário para que as organizações atinjam melhores resultados e, consequentemente, o aumento da competitividade. 



Por Marcos Travassos


A busca pelo equilíbrio ambiental, econômico e social das atividades, processos e produtos das organizações é cada vez mais estratégica para gestão organizacional. A chamada sustentabilidade apresenta diversas oportunidades e, cada vez mais, passa a ser um requisito para a competitividade e até mesmo para a existência das organizações no longo prazo. Ao mesmo tempo, o assunto ainda representa grandes desafios para as empresas, frente à gama de variáveis que devem ser consideradas.


Um dos pressupostos da gestão responsável para a sustentabilidade é o diálogo com as partes interessadas ou stakeholders, que deve ocorrer em todas as atividades da organização. Considerados por diversos autores como centrais para o alcance do equilíbrio dos resultados das organizações, a identificação e o engajamento dos stakeholders, bem como o diálogo com eles, são questões que estão longe de estarem claras. Isso inclui tanto as organizações como os autores, que divergem quanto a conceitos, metodologias e ferramentas para alavancar a discussão acerca de tais questões.


A identificação e o diálogo com os stakeholders são considerados centrais para o alcance da sustentabilidade corporativa. Compreender seus interesses e incorporar-lhes as percepções na gestão organizacional é essencial para a integração dos sistemas de gestão. A definição mais comum, cunhada por Freeman (1984), nos diz que stakeholder “é qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pelas atividades e objetivos da organização”. Esse conceito amplo nos permite reconhecer uma quantidade enorme de stakeholders em cada uma delas. A FNQ, na publicação “Guia de Referência da Gestão para Excelência - 21ª edição”, orienta quanto a necessidade da organização estabelecer um processo gerencial que identifique as partes interessadas tradicionais e não tradicionais, priorize as de maior influência, analise os seus interesses, traduza em requisitos de desempenho e monitore o seu atendimento. Na subseção 4.2 - Entendendo as necessidades e expectativas das partes interessadas na ISO 9001:2015, há questões para que a organização determine as partes interessadas e os requisitos pertinentes ao SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade), a fim de prover produtos e serviços consistentemente que atendam aos requisitos dos clientes e os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Essas informações das partes interessadas devem ser monitoradas e analisadas criticamente.


A obra de Freeman (1984), principal referência da teoria dos stakeholders, aborda uma perspectiva estratégica, sendo intitulada de Strategic Management: a stakeholder approach. Nesta perspectiva estratégica, o crescimento das empresas, a evolução das tecnologias e a transformação dos mercados, com crescente internacionalização e intervenção do governo e órgãos reguladores, tornaram o ambiente organizacional continuamente mais complexo. Diante disso, ampliou-se a necessidade de lidar com um número cada vez maior de interesses de diferentes stakeholders.


Os autores Mitchell, Agle e Wood (1997), com o objetivo de contribuir para a identificação, classificação e priorização de stakeholders propuseram o modelo de Saliência. Saliência é definida como o grau em que gestores dão prioridade às reivindicações concorrentes dos stakeholders (MITCHELL; AGLE; WOOD, 1997, p.854). Segundo o modelo de Saliência, os stakeholders podem ser identificados e classificados a partir de três atributos: poder, legitimidade e urgência. A combinação dos três atributos permite que os stakeholders sejam classificados em sete categorias (veja figura ao lado). Quanto maior o número de atributos que o stakeholder possuir, maior é a sua Saliência.


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